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Meu lugar será que está no mesmo lugar onde deixei?
E o açude onde dei minhas primeiras braçadas, onde aprendi a nadar junto com as marrecas e os mergulhões que todos os anos vinham fazer seus ninhos nas moitas de Musanber.
Será que esta no mesmo lugar? Ah! Meu lugar.
Será que tem a santa e tão desejada abençoada água?
Ou será que só tem folhas de juazeiro secas pelo sol escaldante, folhas misturadas com areias vermelhas como o pôr do sol.
 Ah!!! meu lugar é o sertão do Ceará.
Quando será que tornarei a ver meu lugar?
Será que esta no mesmo lugar? 
As pedras da serrinha será que estão no mesmo lugar?
Como era bom estar em cima das pedras na virada do sol. Sentir o vento em meu rosto suado, ficar vendo os cabritos  subindo nas pedras para comerem o capim rosado de flores, também rosadas  que teimavam em nascer nas fendas das pedras.
Ah! meu lugar, quantas saudades.
Será que está no mesmo Lugar?
Será que passou um aventureiro e quebrou aquele paredão de pedras para fazer cimento pra impermeabilizar a já tão seca terra do meu lugar?
 E os pés de coco catolé que insistia em viverem dentro das fendas das pedras daquele lugar. Será que alguém teve a coragem de arrancar aqueles lindos pés de coco catolé?
Não, não, eles não têm esse direito de arrancarem aqueles pés de coco catolé onde as graúnas fazem seus ninhos pra cantar,  pra ensinar seus filhotes, quantas tardes passei sentado embaixo de tua sombra ouvindo as graúnas cantarem. Como era lindo assistir o pôr do sol, contemplar aquele lugar. Aqueles coqueiros tem um pedacinho de mim eles são meus irmãos, eles não podem nos matar, já não basta a falta da água?
Quantas vezes os frutos daqueles coqueiros nos alimentaram?
Não, eles não podem nos matar,  por que tanta crueldade?
Meus irmãos coqueiros, um dia voltarei lá só pra dormir embaixo de tua sombra refrescante,  rever meu lugar,  as casinha de taipa, de pilão os pés de juazeiros ,os pés de cajaranas o chiqueiro das cabras, ouvi os galos catarem nas madrugadas silenciosa, sentir o cheiro da terra, o cheiro da chuva, ouvi os berros dos cabritos .Ah! a minha vaquinha mimosinha, minha mamãe de leite. Será que ela ainda está lá?
Ah! quanta maldade fizeram com meu lugar, por quê?
Lá é minha terra ,minha pátria minha mãe ,meu pai, meus irmãos, minha vida ainda está lá. naquele costão de pedra cinzenta, no vôo silencioso.
Da asa branca, no cântico das patativas, no cântico do sabiá de laranjeira, nos cânticos dos galos de campinas, nas rachadura da terra seca por falta da tão sonhada e desejada chuva nas florada do cajueiro,nas folhas das palmas que alimenta o gado,estarei no aboio dos vaqueiros nas folhas.
Dos juazeiros, no piado das corujas, que voam silenciosamente, nos raios do sol Nas estrelas do cruzeiro do sul, na lua nova que nasce clareando todo sertão.
Por toda parte, enfim EU estarei em todo lugar. O sertão, EU sou o próprio sertão, sereisempre sertão. Será que ainda tonarei a ver meu torrão natal? Acho que sim!
 Será que até quando a chuva vai insistir em não molhar meu lugar?
De cima da cinzenta pedra poderia avistar minha casinha,oslindos pés de juazeiro em volta da casa com suas minúsculas flores brancas que perfumavam aquele lugar,às vezes lindo, outras vezes triste, por falta das chuvas tãodesejadas.
Ah!meu lugar,eu vejo o poder de DEUS em cada detalhe do meu lugar, nas macambiras retorcidas pra se desviarem dos raios do sol,sinto a presença de DEUS em cada cantinho do meu lugar, nos cactos nos pés de xique-xique, em todas as gotas de orvalhos que caem na  terra, nas madrugadas silenciosas, no piu das corujas,no cheiro da chuva caindo na terra seca,nos cânticos dos pássaros, no voar silencioso da asa branca.
Ah!meu lugar. Sinto, vejo a presença de DEUS na delicadeza do andar de uma criança sertaneja desnutrida, em uma jovem sertaneja amamentando.
Seu filhinho,ele é ela desnutridos por falta de uma alimentação saudável, no aconselhamento de um pai para um jovem sertanejo querendo casar-se.
Ah! meu lugar. Será que está no mesmo lugar onde deixei?
A onde estará meu lugar?  Tomara DEUS que esteja no mesmo lugar onde eu deixei... No sertão do Ceará lá é meu lugar, um dia eu voltarei AO MEU ASSARÉ 
 

 
 
 {IMAGEM DO GOOGLE }
 
 

 
 
 
 
 
 
Antonio Laurentino Sobrinho
Enviado por Antonio Laurentino Sobrinho em 31/05/2013
Alterado em 02/07/2017
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